domingo, 19 de setembro de 2010

No primeiro Fla-Flu do Engenhão, rivais empatam em jogo de seis gols

Deivid e Renato desencantam no Rubro-Negro. Flu, que fica sem a liderança, tem como destaque Rodriguinho.

O Engenhão recebeu as boas-vindas do que é um Fla-Flu. Tudo bem que nas arquibancadas houve decepção, com apenas 15 mil pagantes, mas dentro de campo os rivais fizeram jus ao clássico e empataram por 3 a 3, na noite deste domingo. O resumo da boa partida foram os aplausos das duas torcidas ao fim do jogo.

A partida foi especialmente ruim para os dois sistemas defensivos. Mas também houve quem se destacasse. No lado do Fla, após receber bênção do padre Benedito na sexta-feira, Deivid desencantou. Renato também, em bela cobrança de falta. O Fluminense, mesmo desfalcado de Diguinho, Deco, Emerson e Fred, se superou e encontrou em Rodriguinho sua principal peça. O jogador fez dois gols.

O resultado tira o Tricolor da liderança depois de 11 rodadas. O time, que na quinta-feira recebe um desesperado Atlético-MG, soma 42 pontos, contra 44 do Corinthians, que tem um jogo a menos. Na tabela, o empate também não agregou muito ao Rubro-Negro, que caiu do 14º para o 15º lugar, com 27 pontos. Na quarta-feira, o adversário será o Grêmio no Olímpico.

Antes de o jogo começar, o Fluminense tinha uma vantagem de 12 posições e 15 pontos sobre o Flamengo. Mas a diferença não bastou para os tricolores dominarem as arquibancadas. Havia pelo menos o dobro de rubro-negros.

Um dos pontos fortes do Flu, a jogada aérea fez a diferença aos oito minutos. Após cobrança de escanteio da direita, Washington desviou na primeira trave e Leandro Euzébio apareceu livre para abrir o placar, aos sete minutos. Euforia da minoria presente no Engenhão.

A Flamengo teve muita dificuldade no lado esquerdo. Sem Juan, Rodrigo Alvim, vaiado pela torcida, tomou sufoco de Mariano. Mas o meio-campo estava melhor do que em jogos anteriores. Diogo sofreu falta na entrada da área e Léo Moura cobrou rente à trave esquerda.

A auto-suficiência de Gum custou caro aos 22. Depois de dividir com Diogo, o zagueiro vacilou e perdeu a bola para Kleberson. O Penta cruzou e Deivid, na segunda trave, chutou de primeira para empatar. Foi o primeiro gol dele depois de quatro jogos de jejum.

David Braz barrou Jean e justificou a escalação aos 26, quando desarmou Washington na entrada da pequena área. A jogada fatalmente resultaria em gol. Sem Deco e postado defensivamente, o Fluminense ameaçou sobretudo em bolas lançadas pelo alto.

Mas foi na “cópia” rasteira do gol tricolor que o Flamengo virou o placar. Kleberson cobrou, Diogo desviou na primeira trave e o zagueiro David Braz, de carrinho, marcou. Na comemoração, ele fez questão de ir ao banco abraçar Jean.

Os tricolores não se conformaram com a derrota parcial e vaiaram muito o time ao fim do primeiro tempo.

O intervalo foi marcado pela selvageria na tribuna de honra. Convidados do Flamengo, o mandante do jogo, ficaram próximos à torcida do Fluminense e eram quase obrigados a sair do local. A repressão não deu certo e logo houve diversos focos de tumulto. No pior deles, o presidente do Conselho Fiscal do Flamengo agrediu e foi agredido por policiais. Um delegado da Polícia Civil, que estava à paisana com um casaco do Fla, interveio com uma metralhadora para contornar o problema.

Dentro de campo, Muricy Ramalho desmontou o 3-5-2 e colocou Marquinho na vaga de André Luis. O Fluminense sufocou e perdeu boas chances, aproveitando-se da desatenção do sistema defensivo rival. Na melhor delas, aos oito, Washington chutou no lado de fora da rede.

O meio-campo do Flamengo cansou. Kleberson não chegou ao ataque como no primeiro tempo, Renato errou passes e Willians, com cartão amarelo, tinha que se desdobrar. O previsível se transformou em verdade aos 19. Rodriguinho deu drible espetacular em David Braz e chutou no alto, sem chances de defesa para Lomba.

Mas o empate não durou muito tempo. Se na técnica Renato não estava bem, ele resolveu na força, na sua especialidade. Aos 21, o meia cobrou falta com muita força no ângulo direito. Um golaço. Na comemoração, emoção. Ele ficou ajoelhado por alguns segundos e levou as mãos ao rosto.

Silas trocou David Braz e Diogo por Jean e Diego Maurício, respectivamente. Só que a zaga continuou insegura. Aos 28, Rodriguinho aproveitou outra jogada ensaiada de escanteio e igualou: 3 a 3. Foi a senha para a torcida do Flu, desconfiada, puxar o clássico “time de guerreiros”.

O time correspondeu e sufocou. Aos 30, Fernando Bob recebeu ótimo passe de Washington e, livre, chutou por cima. O Flamengo ficou desorganizado, sem saída de bola e demonstrando falta de preparo físico. Em uma das poucas jogadas de contra-ataque, Renato cruzou e Deivid completou na pequena área. Rafael, ao melhor estilo do desafeto Fernando Henrique, salvou com o pé direito.

Já nos acréscimos, Marquinho quase se tornou o herói da noite. Ele acertou um belo chute de virada, mas errou o alvo por muito pouco.

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